(Por: Roberto Pacheco – MTb
426)
“Mas
será, verdadeiramente, que Mário Frota perdeu essas eleições? Com certeza, não!
Na realidade quem perdeu foi a cidade de Manaus, foi o parlamento que se tornou
mais pobre de homens públicos, foi essa nova geração de eleitores... a visão do
vereador foi além das fronteiras que divide o Brasil em regiões... Pela
convivência e a experiência de ter trabalhado ao seu lado, tenho a convicção de
que Mário vai continuar lutando para construir um Brasil mais humano,
politicamente correto, economicamente sustentável e socialmente justo. Muito
obrigado, vereador por ter me permitido compartilhar do seu dia-a-dia no
trabalho e da sua amizade pessoal. Vou guardar essa experiência para o resto
dos meus dias”.
Foi
assim: de cabeça erguida e com o sentimento do dever cumprido que o vereador
Mário Frota deixou essa batalha sem entregar as armas para o pelotão adversário
diante de uma guerra que ainda não terminou, mas que apenas sofreu um interlúdio. O comandante, absorto, deu uma parada para reestudar
o pensamento de uma nova geração de brasileiros - que surgiu com os dois
últimos governos fracassados - para voltar ao front com mais munição; munição
essa, construída nas trincheiras da arte da eloquência, das ideias e do
convencimento com os claros propósitos de amadurecer as condições de vida para
dar voz e liberdade com responsabilidade aos cidadãos do bem.
Lá,
na Câmara Municipal de Manaus (CMM), se foram oito anos de dedicação e muito
trabalho. Mas será, verdadeiramente, que Mário Frota perdeu essas eleições? Com
certeza, não! Ele simplesmente deixou de ganhar porque já é um vencedor,
recordista de mandatos como comprova o seu currículo de homem público. Na
realidade quem perdeu foi a cidade de Manaus, foi o parlamento que se tornou
mais pobre de homens públicos, foi essa nova geração de eleitores que se deixam
comprar pela força do poderio econômico, do “Bolsa Família”.
Mário
não faz corporativismo para se auto beneficiar, sempre se elegeu sem comprar votos,
com poucos recursos porque tem trabalho para mostrar, legislando para o povo
como um todo, nunca se envolveu em escândalos de corrupção e, por isso, não tem
telhado de vidro. Mário tem eloquência, convence com sua retórica e os seus
pares respeitam a sua voz, a sua experiência.
Com
mais de 40 anos de atividades como homem público, Mário Frota já exerceu três
vezes o mandato de Deputado Federal, dois de Deputado Estadual, três como
Vereador, vice-prefeito eleito de Manaus e superintendente da Sudam. Nas
eleições de 1986 era o candidato favorito e deixou o TRE como senador, mas
acordou sem mandato.
Durante
meus mais de 30 anos como profissional da comunicação já entrevistei, dentre
outras autoridades, muitos políticos nos cargos de governadores, prefeitos,
senadores, deputados, vereadores, mas poucos me impressionaram pela retidão de
caráter como homem público, pela moral e dignidade de ser humano como Mário, sempre
atencioso e gentil com seus eleitores e extremamente cuidadoso com as causas e
as coisas públicas. Questão de convicção e herança de berço porque foi um filho
obediente, um irmão afetuoso, um amigo presente, um profissional competente, um
político brilhante, um pai extremamente carinhoso e um esposo fiel e
companheiro.
Passei
os oito últimos anos da minha vida trabalhando com Mário Frota, um colega de
trabalho que vai estar sempre presente nas minhas atitudes como profissional;
um amigo que me fez adquirir mais experiência no campo da solidariedade para
poder sentir e entender as condições sofridas das pessoas necessitadas que o
procuram diariamente em busca de ajuda por questões de sobrevivência. Uma
virtude de Mário que poucas pessoas conhecem e ele nunca fez questão de
divulgar (estou fazendo isso à revelia): além de empregar cerca de 26
servidores no seu gabinete, ajudava no que podia, outras 40 pessoas,
religiosamente. E Ele é testemunha.
Durante
esse período, Mário deu liberdade de trabalho para toda a sua equipe de
gabinete, a quem aproveito para agradecer aos amigos: Paulo Onofre, Francinete,
Marivete, Mauro Aquino, Lobato, Raimundo Olívio, Efigênio Carvalho, Carlos
Braga, dentre outros, sem esquecer a retaguarda da dra. Carol Frota, sempre
solidária, presente e atenta às questões pertinentes às atividades do esposo político.
Em
oito anos como vereador, Mário nunca chegou atrasado ao Plenário e nunca faltou
às seções Câmara, a não ser por motivo de doença grave, o que aconteceu quando
o destino lhe impôs, infelizmente, um câncer maligno, já curado, dois meses
antes das eleições. Por questões éticas, preferiu não divulgar esse fato por
meio da mídia. Se divulgasse poderia transmitir o fato como comoção
eleitoreiro.
Mário
pode ter se dado ao luxo de ficar sem mandato nessas últimas eleições, mas não
perdeu a competência e a decência de homem público, apesar de não ter sido esse
o legado construído nessa guerra que gostaria de ter deixado para as próximas
gerações. Legado esse que desconstruiu o Brasil com o aparelhamento da máquina
pública por meio da corrupção, em nome de um projeto de poder.
Como
presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Redação da Câmara Municipal
de Manaus (CMM), foi um dos parlamentares mais atuante do Legislativo
Municipal, de acordo com o volume de proposituras apresentadas e conseguiu
aprovar os projetos de Lei mais importantes que tramitou nesta Casa nos últimos
8 anos.
Dentre
os projetos aprovados por Mário Frota, destaca-se o que acabou com o 14º
salário dos vereadores, mais conhecido como Auxílio Paletó. Ao apresentar essa
proposta, a visão do vereador foi além das fronteiras que divide o Brasil em
regiões porque foi o primeiro projeto do gênero a ser aprovado em todo o país
por um Poder Legislativo Municipal e, como num efeito cascata, serviu de
parâmetro para várias cidades brasileiras que buscaram o exemplo que surgiu a
partir de Manaus.
Outro
projeto de Lei aprovado por Mário Frota, que se projetou, também, para todo o
Brasil foi a Lei Municipal da Ficha Limpa que, coincidentemente, assim como a
Lei do fim do Auxílio Paletó, foi a primeira a ser aprovada no país e que
serviu de patamar para outras cidades. Essa Lei impede a nomeação de qualquer
servidor - de primeiro ou segundo escalão - condenados pela justiça.
A
proibição da liberação de recursos dos cofres públicos para Organizações Não
Governamentais (ONGs) comandadas por parlamentares ou seus familiares, foi mais
um projeto de Mário Frota como forma de combate à corrupção.
A
Lei da Privatização, como ficou mais conhecida, determinava que todos os permissionários
de feiras, mercados, praças de alimentação e até cemitérios fossem
administrados por uma empresa particular. Para evitar que os feirantes
perdessem o seu local de trabalho Mário Frota aprovou um projeto que proíbe a
privatização dos boxes de feiras e mercados.
Para
completar o pacote de leis para beneficiar os feirantes, Mário Frota aprovou,
também, a Lei da Hereditariedade. A proposta dá direito a hereditariedade na
exploração de boxes nas feiras e mercados da cidade e estabelece que, em caso
de falecimento do permissionário, o direito à exploração do serviço será
transferido, sem quaisquer ônus, aos seus sucessores legítimos, já que a lei
atual impede esse procedimento.
Mas
as propostas de Mário Frota não param por aqui, nesse período de mandatos ele
apresentou mais de quinhentas proposituras em forma projetos de lei,
indicações, requerimentos, audiência pública, tribuna popular, seminários, dentre
outras atividades parlamentares como, por exemplo, a criação da Universidade
Municipal de Manaus, do Mirante Encontro das Águas, do Planetário do Amazonas,
dentre muitos outros.
Para
encerrar seu último dia de mandato, Mário beneficiou, por meio da Lei
Orçamentária Anual (Loa), cerca de 10 instituições de caridade que trabalham
com pessoas portadoras de necessidades especiais, dependentes químicos,
crianças em estado de risco e outras pessoas necessitadas.
Pela
convivência e a experiência de ter trabalhado ao seu lado, tenho a convicção de
que Mário vai continuar lutando para construir um Brasil mais humano,
politicamente correto, economicamente sustentável e socialmente justo.
Muito
obrigado, vereador por ter me permitido compartilhar do seu dia-a-dia no
trabalho e da sua amizade pessoal. Vou guardar essa experiência para o resto
dos meus dias.
A
luta continua. Valeu, Mário!
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